Leia o início dessa história aqui.
(...)
– Quem chora?
– Nietzsche chorou.
– Kant é quem devia ter chorado.
– Dever, todos nós devemos.
– Mas nem todos choram.
– E nem todos amam.
– E nem todos vivem.
– E nem todos.
– E nem nós.
Eis que o interrogatório passava por sucessivos estágios. Das perguntas e respostas ao diálogo de igual para igual, culminando com a irrevogável confusão entre aqueles que dialogavam. Quem era quem? Sempre fora assim? Sempre foram dois? Ou eram um?
Toda a realidade era composta de monólogos interiores (disfarçados de diálogos) que só se interrompiam pela voz da amada. Ambos tinham sua atenção: tanto a parte de si que tão bem conhecia aquela mulher, quanto a parte que parecia desconhecer.
– E então, já se encontrou? – perguntava a voz sensual, tão (des)conhecida.
– Uma vez, me encontrei bêbado. E pelado, e sem dinheiro.
E riram. Porque, às vezes, as crises existenciais podem ser engraçadas. A alternativa mais viável acaba sendo rir. Eis o verdadeiro sitcom: a comédia da vida.
(...)
Leia o final dessa história aqui.
Um comentário:
Brilhante.
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